A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
"O que acham? Havia um homem que tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: 'Filho, vá trabalhar hoje na vinha';
E este respondeu: 'Não quero!' Mas depois mudou de ideia e foi.
O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: 'Sim, senhor!' Mas não foi.
Qual dos dois fez a vontade do pai?"
"O primeiro", responderam eles.
Jesus lhes disse: "Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para lhes mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele."
Bíblia NVI
COMENTÁRIOS
A série de três parábolas "A parábola dos Dois Filhos", "A Parábola dos Lavradores Maus" e "A Parábola das Bodas" decorre da exigência dos principais sacerdotes e dos anciãos para que Jesus explicasse com que autoridade havia purificado o templo.
Uma vez que eram encarregados de zelar pela vida espiritual de Israel, tinham o direito de fazer essa pergunta.
No entanto, a ignorância desses líderes é espantosa, pois Jesus havia ministrado durante três anos, eles continuavam se recusando a encarar os fatos. Depois de tudo o que Jesus havia feito, ainda queriam mais provas.
Ao levá-los de volta para o ministério de João, Jesus não está sendo evasivo. João havia preparado o caminho para Jesus.
Em vez disso, porém, os líderes permitiram que Herodes prendesse João e depois o executasse.
Uma vez que não haviam aceito a autoridade de João, também não estavam dispostos a aceitar a autoridade de Jesus, pois ambos haviam sido enviados por Deus.
Há um princípio fundamental da vida cristã segundo o qual não podemos aprender coisas novas se desobedecermos àquilo que Deus já nos ensinou.
"Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo" (João 7:17).
Os líderes religiosos haviam rejeitado a verdade pregada por João e, portanto, Jesus não poderia lhes ensinar novas verdades. João e Jesus estavam sob a mesma autoridade.
Rejeitaram Deus, o Pai - A vinha, obviamente, refere-se ao povo de Israel (Salmo 80:8-16; Isaías 5).
Os dois filhos representam as duas classes de pessoas em Israel: os religiosos hipócritas e os publicanos e pecadores.
Quando João ministrou, as multidões religiosas mostraram grande interesse em seu trabalho, mas se recusaram a arrepender-se, humilhar-se e ser batizados (Mateus 3:7-12; João 1:19-28).
Os que não eram religiosos, no entanto, confessaram seus pecados, obedeceram às palavras de João e foram batizados.
Os líderes cometeram dois pecados: não creram na mensagem de João e não se arrependeram de seus pecados.
É evidente que os líderes não julgavam necessário se arrepender (Lucas 18:9-14).
Mas quando viram o efeito do arrependimento na vida dos pecadores e publicanos, deveriam ter se convencido de que a mensagem de João era verdadeira e a salvação era real. Repetidamente, os líderes religiosos rejeitaram as provas inequívocas que Deus lhes deu.
A rejeição a João foi, na verdade, uma rejeição ao Pai que o havia enviado. Em sua bondade, porém, em vez de enviar julgamento, Deus mandou seu Filho, o que nos leva à próxima parábola.
Comentários Warren W. Wiersbe