OBSTÁCULOS À ADORAÇÃO
1. Ressentimento, falta de perdão, amargura
2. As exterioridades e o tradicionalismo
3. O obstáculo da rotina
4. O mundanismo
5. O pecado não confessado
6. O desinteresse e a ingratidão
7. A preguiça e a negligência
3. O obstáculo da rotina
Ao lado da ameaça da tradição está a rotina. Surgem hábitos que passam a regular a nossa vida e nos fazem ignorar a necessidade de aprendermos e renovarmos constantemente as nossas atitudes, de forma que haja um desgaste muito menor de nossa energia cerebral. As indústrias dependem da rotina, atos repetidos que não exigem qualquer espaço para a reflexão, mas aumentam a produção em série.
Contudo, nas relações interpessoais os hábitos representam um perigo. As esposas queixam-se de maridos que não lhes dão atenção. Os elogios e o carinho transformaram-se em rotinas enfadonhas. Ninguém gosta de ser tratado mecanicamente, como se fosse um simples número.
Com muita facilidade a rotina pode caracterizar os cultos. Aquilo que atraía e empolgava no início da vida cristã passa a ser um hábito irrefletido, um caminho percorrido automaticamente, de maneira que a sua utilidade se perde. Se o culto se torna monótono, uma repetição cansativa, colocará um obstáculo terrível à verdadeira adoração.
Não se trata de um hábito apenas para o participante do culto, mas Isaías diz que Deus também se cansa das solenidades do Seu povo: "A minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer (Isaías 1:14). Quem se acostuma com Deus será condenado a causar-Lhe cansaço...
A descrição da igreja de Sardes, no Apocalipse, destaca o problema da rotina, apenas quarenta anos após o início dessa igreja. Jesus fala: "Conheço as tuas obras, que tens nome que vives, e estás morta" (Apocalipse 3:1). Que outra expressão descreveria melhor o estado das igrejas hoje? Para que a adoração mantenha a sua legitimidade, o adorador precisa estar disposto a pensar, a mudar os hábitos estéreis, e revitalizar o "resto que estava para morrer" (Apocalipse 3:2).
Quando a oração e o louvor não são a principal alegria, quando a reunião semanal dos membros da igreja em culto não proporciona empolgação, podemos detectar um sinal de que Deus não é bem conhecido. Preocupamo-nos conosco mesmos, com nossas necessidades e interesses, mas não com o Pai que aguarda ansiosamente a comunhão com Seus filhos tão amados. Deus oferece a todo aquele que sinceramente O busca o privilégio de reconhecê-Lo e receber sua comunhão. Ainda que o homem carnal fique contente com o ato de culto porque não deseja uma comunhão real com Deus, o homem espiritual sente-se traído e enganado, pois este sabe que "adorar não é uma parte da vida, mas é a própria vida".
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No próximo post veremos o item 4 - O mundanismo.
Extraído do livro "Adoração Bíblica" do Dr. Russel P. Shedd