OBSTÁCULOS À ADORAÇÃO
1. Ressentimento, falta de perdão, amargura
2. As exterioridades e o tradicionalismo
3. O obstáculo da rotina
4. O mundanismo
5. O pecado não confessado
6. O desinteresse e a ingratidão
7. A preguiça e a negligência
6. O desinteresse e a ingratidão
A época em que vivemos se notabiliza pelos grandes empreendimentos e mudanças rápidas. Na vanguarda deste progresso, encontram-se os meios de comunicação: revistas, jornais, rádio, televisão e, claro, a internet, aprimoram-se para cativar a mente do habitante do planeta Terra. Entretenimento e diversão tornaram-se gêmeos bem-vindos aos lares não só dos não-cristãos, mas dos cristãos também.
Mas, qual é o preço espiritual que se paga pelos duvidosos prazeres que os meios de comunicação oferecem?
1. Paga-se caro pelo tempo desperdiçado no fútil compromisso com as notícias que nada oferecem ao bem-estar do homem.
2. Paga-se caro pela escravidão da mente que fica obcecada com o enredo das novelas, os fatos bizarros do "Fantástico" e as inúteis informações acerca dos times que estão vencendo ou perderam na longa disputa de um campeonato qualquer.
3. Paga-se caro pela violência, as intrigas, os assaltos, as críticas aos líderes, guerras que diariamente se apresentam na tela diante dos olhos dos telespectadores. É impossível alimentar as emoções com crueldade e desprezo sem se tornar insensível diante dos sofrimentos humanos.
4. Paga-se caro pelas conversas inócuas que não tem absolutamente nada do amor de Deus, fofocas ao telefone, redes sociais etc., torrentes de palavras sem qualquer elemento da mensagem celeste.
Os cristãos pagam a conta com a moeda do desinteresse pelos valores eternos. Na balança da vida, colocamos num prato as preocupações, interesses, atrações, enfim, tudo o que ocupa o pensamento. No outro prato, colocamos os elementos básicos que compõem a adoração: louvor, comunhão com Deus, gratidão e busca do Reino de Deus na oração. Tal como o rico insensato, na história contada por Jesus, que "arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos" (Lucas 12:17), o homem moderno não tem onde estocar a abundância dos seus interesses e preocupações terrenas. O tempo e o espaço da mente não servem para entesourar riquezas duradouras. O homem que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus (Lucas 12:21) desqualifica-se para adorar. Não será movido pela gratidão, nem incentivado por entusiasmo santo. Desta maneira se explica a necessidade do envolvimento de gratidão e participação nos cultos de milhares de igrejas.
O leitor não deveria concluir que seria aconselhável desligar-se das fontes de comunicação, mas sim, conscientizar-se do horrível obstáculo que elas levantam contra a adoração real, a menos que o cristão concentre sua atenção nos valores eternos. Os gnósticos, que tão cedo surgiram na igreja do primeiro século, desviaram os corações dos cristãos, encorajando-os a vencer a tentação do mundo pela abstinência do casamento e de alimentos particulares para seguir uma prática ascética rigorosa (conf. 1 Timóteo 4:3). Paulo afirma que esse caminho vem sendo traçado por demônios e espíritos enganadores (1 Timóteo 4:1).
O segredo é procurar cortar o que desvia a atenção e esfria a alegria no Senhor. Tudo o que Deus quer para Seus filhos é bom, não podre. Deve, portanto, ser recebido com ações de graças e consagrado pela Palavra de Deus e pela oração (1 Timóteo 4:4-5). Paulo recomenda uma peneira para a mente cristã: "Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8). Se escolhermos uma dieta saudável para a mente, não será difícil adorar ao Senhor de forma a agradá-lO.
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No próximo post veremos o item 7 - Obstáculos à Adoração - A preguiça e a negligência
Extraído do livro "Adoração Bíblica" do Dr. Russel P. Shedd